Espanha, 8 de agosto, 2017
Por Fatima de Kwant
O curta-metragem “Em uma batida do coração” (In a Heart Beat), postado no youtube no dia 31 de julho gerou, quase que imediatamente, mais de cinco milhões de cliks e viralizou na internet. Assim como o título, o lindo vídeo sobre a descoberta do primeiro amor de um menino homossexual, fez o coração de todos bater mais forte. A razão de tanto rebuliço é a ternura com a qual os seus criadores, os estudantes da Faculdade de Artes Ringling (Florida, EUA) Beth David e Esteban Bravo, conduziram o tema.
O filme dura somente quatro minutos, mas é suficiente para enviar uma mensagem de amor e tolerância com as diferenças.
Confira o vídeo:
Aí vocês perguntam: “O que isso tem a ver com o autismo?” Não tem nada a ver com autismo, mas tem tudo a ver com o despertar da diferença. Um pre-adolescente homossexual passa pelo momento crucial em que sente o coração bater mais forte por outro adolescente do mesmo sexo. Além das sensações físicas, muitas dúvidas e inseguranças.
Todas as pessoas “fora da média” como os homossexuais, transgêneros, bissexuais, transsexuais, autistas, superdotados, indigos, crystal, hiper-sensitivos, e uma gama de diversidades, tiveram aquele primeiro momento de percepção da própria diferença. Um instante em que experimentaram um mixto de sensações angustiantes, excitantes e até amendrontadoras, de quem que acaba de descobrir que não é igual aos outros.
Para sair do armário é preciso saber que se está nele – ou que foi colocado lá, sem saber. A sensibilidade do filme ressalta a pureza do sentimento humano; da criança que passa para a fase seguinte, e toma consciência do mundo à sua volta. Essa noção inclui o medo da rejeição: “E se o mundo descobrir quem eu sou?… Quem vai me aceitar?” Perguntas que não deveriam existir numa sociedade tolerante e inclusiva.
O video, sem dúvida, colabora para a conscientização. A bela história emociona e inspira pessoas do mundo inteiro a refletirem sobre a inocência de seres humanos que só desejam amar e serem amados.
*Fatima de Kwant é jornalista radicada na Holanda desde 1985.
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