Data: 12 de marco, 2019
Fonte: Albert Einsten College of Medicine, EUA.
Artigo original, Sciencedaily.com :Some children can ‘recover’ from autism, but problems often remain, study finds
Tradução: Fatima de Kwant
Pesquisas dos últimos anos mostram que algumas crianças podem superar um diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro do Autismo), considerado uma condição para a vida toda. O estudo mais recente de pesquisadores do Albert Einstein College of Medicine, no entanto, relata que a maioria dessas crianças permanece com dificuldades, e irá requerer suporte terapêutico e educacional. O estudo foi publicado no último dia 12 de Março no Journal of Child Neurology.
A cientista Lisa Shulman, líder da pesquisa diz que é encorajador saber que crianças com um diagnóstico precoce, em sua essência, podem recuperar-se dos atrasos do desenvolvimento, e ter um funcionamento cognitivo e social típico. “No entanto, estas crianças continuam a ter desafios no dia a dia. Quase a totalidade delas segue com problemas de linguagem, deficiências do aprendizado e uma variedade de problemas comportamentais ou emocionais”, afirma a Dr. Shulman.
A mensagem deste estudo é que algumas crianças encontram-se, surpreendemente, bem, mas a maior parte delas permanece com dificuldades, requerendo monitoramento e suporte terapêutico contínuo
Dra. Lisa Shulman
O estudo – o mais largo dp tipo até agora – foi elaborado com 569 pacientes diagnosticados com TEA entre 2003 e 2013, durante um programa de Intervenção Precoce no Bronx (EUA), com crianças com transtornos do desenvolvimento. A média de idade no momento do diagnóstico foi de 2,5 anos e de 6,5 no follow up (na segunda fase do estudo). A maioria recebeu intervenção precoce, uma mistura de terapia ocupacional e fonoaudiologia, instruções especiais, e Análise Aplicada do Comportamento (ABA), a principal terapia com evidência no tratamento para TEA.
No follow up, 38 crianças (7% do grupo original) já não apresentavam sintomas que se encaixassem no critério de diagnóstico do TEA. Destas 38 crianças, 68% foram diagnosticadas com problemas de linguagem ou problemas de aprendizado; 49% com problemas externalizados de comportamento (Hiperatividade, Transtorno Opositor Desafiador e Transtorno do Comportamento Disruptivo); 24% com problemas internalizados do comportamento (ansiedade, Transtorno Obssessivo Compulsivo, Mutismo Seletivo, Transtorno do Humor); 5% apresentou um Distúrbio Psicótico sem outra especificação.
Somente 8% das 38 crianças recuperadas do TEA não apresentaram problemas. Testes posteriores das funções cognitivas demonstraram que 33 dos 38 participantes não apresentaram deficiência intelectual.
Os achados responderam às questões, as quais os pesquisadores focaram, ou seja, do que acontece com as crianças que perderam o diagnóstico de TEA.
“Será que o autismo foi, inicialmente, erroneamente diagnosticado? Será que algumas crianças, simplesmente, respondem melhor que outras às terapias? Uma intervenção específica contribui para a recuperação da criança? “, segundo algumas das perguntas da Dra. Shulman e sua equipe. A pesquisadora afirma que algumas crianças com TEA respondem às intervenções, enquanto outras têm um um trajeto de desenvolvimento único que levam a progresso. A dra. segue: “Estas crianças que evoluem numa direção positiva, geralmente, já possuiam os sintomas mais leves, para começar.”
Estudo: “Quando o Diagnóstico Precoce do TEA é retirado, o que permanece?”
Material: Albert Einstein College of Medicine
*Fatima de Kwant é jornalista, mãe de um autista adulto, especialista em autismo, criadora do Projeto Autimates, e ativista pelos direitos dos autistas.
Leia aqui sobre o Projeto Autimates.
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